A Febre Amarela é uma doença causada por um vírus que é transmitido através da picada de mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes. O habitat desses mosquitos são as copas das árvores em áreas de mata nativa, onde eles se alimentam do sangue de primatas, como bugios e saguis, no chamado Ciclo Silvestre da doença. Quando há a interferência do ser humano nesse ambiente ou a sua presença (por exemplo, no caso de turismo ecológico ou até mesmo no caso de trabalhadores rurais), esses mosquitos podem eventualmente transmitir o vírus, originando o chamado Ciclo Rural da doença. Ainda existe o Ciclo Urbano, que ocorre quando um ser humano infectado chega ao meio urbano e o vírus se adapta ao mosquito Aedes aegypti.
A maioria das pessoas infectadas não desenvolve sintomas ou manifestam apenas sintomas leves. O período de incubação (período entre a infecção e a manifestação dos sintomas) pode durar de 3 a 6 dias e os sintomas iniciais incluem: febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dor no copo, fadiga, fraqueza, náuseas e vômito. A maioria das pessoas infectadas melhora após esse período, porém uma pequena parcela (cerca de 15% dos infectados) pode desenvolver a forma mais severa, manifestando febre alta, icterícia (amarelamento de olhos, pele e mucosas), sangramento e, eventualmente, choque e falência múltipla dos órgãos. As pessoas que desenvolvem sintomas podem sentir fraqueza e fadiga durante meses após a recuperação da doença e dentre os que desenvolvem a forma severa da doença, em torno de 20 a 50% vem a óbito. Os que sobrevivem adquirem imunidade contra o vírus pelo resto da vida.
Não há tratamento específico para a doença, sendo apenas utilizados medicamentos para alívio dos sintomas, tais como analgésicos, antitérmicos e fluidoterapia para hidratação. Nesse período é muito importante que o paciente permaneça em repouso e evite medicamentos como aspirina e outros antiinflamatórios não-esteroidiais, pois estes aumentam o risco de hemorragia. Estas pessoas devem ser protegidas de eventuais picadas de mosquitos, através do uso de mosquiteiros e repelentes, para evitar que o mosquito pique novamente, diminuindo o risco para as pessoas ao redor. É imprescindível a procura de ajuda médica.
Evitar as picadas dos mosquitos é a melhor forma de prevenção e deve ser feita através do uso de repelentes e de roupas compridas em regiões de foco da doença e de mata. A prevenção através da vacinação é recomendada apenas para pessoas a partir dos 9 meses de idade e que residam ou irão viajar para áreas com risco de transmissão.
É importante que a população continue evitando a propagação do mosquito Aedes aegypti, não entre em pânico e procure sempre informações em fontes confiáveis como sites de Órgãos Oficiais do Governo, Universidades ou Instituições de Pesquisa.
Referencia
https://www.cdc.gov/yellowfever/index.html
Autora: Debora Fernanda Pedrozo Pavani (Médica Veterinária)